Capítulo 76
Abri a porta e entrei lentamente, fixando o Dave, que já estava colado a um dos seus livros. Sentei-me em frente a ele e quando ergueu a sua cabeça, olhando para mim com um ar atónito, eu comecei:
- Bom dia, Dave…
- Bom dia… - Gaguejou.
- Então… o que estás a ler? WOW… O livro de Geografia… já não lhe toco desde a última aula…
Olhou para mim com um olhar de extrema confusão, e ao mesmo tempo de gozo.
- Queres dizer, desde ontem?
- Hum… sim. Então, chegaste aqui muito cedo?
- Sim. Como a minha mãe diz: Deitar cedo, e cedo erguer, dá saúde e faz crescer.
- A tua mãe… hum… - Fiquei com um ar pensativo, pelo que fez com que o Dave me perguntasse.
- O que tem a minha mãe?
- Nada, nada… Dave… dispensas-me algum tempo do teu estudo para eu falar contigo? Preciso mesmo…
Fechou o seu livro, pousou-o na pilha dos seus restantes livros que repousavam a seu lado, e olhou para mim, com o seu olhar semicerrado.
- O que me queres dizer?
- Bom… digamos que, a conversa de ontem ficou pendente, e eu queria concluí-la agora.
Levantou-se bruscamente, e pegou nos seus livros, um a um.
- Eu já disse que não faço a mínima ideia do que estás a falar. Sou tímido porque… quero.
- Porque… queres? Dave, estamos a falar de tu seres gozado e descriminado em consequência de tu o “quereres”. Deve haver alguma razão para seres assim tão tímido…
- Eu já te disse que não, Melody! – A sua primeira frase com ênfase, o que me levou a acreditar ainda mais que ele não me queria dizer a razão. – Sou tímido… é a minha maneira de ser… E… porque é que insistes tanto com este assunto? Alguma razão em especial?
- Bem… Sim, caso contrário não insistia tanto, não achas?
Olhou-me com um misto de medo e surpreendimento. Fechou o seu livro, e disse, voltando ao seu tom de voz trémulo e tímido.
- Já te disse… Este sou eu… Nasci assim. O que queres que faça? Eu sou assim, é a minha natureza!
- Não, não é, Dave! Bolas! Porque não desabafas comigo? Não percebes que eu te quero ajudar?
- Mas ajudar em q-quê? Queres… queres levar-me a um psiquiatra? – Ficou subitamente nervoso. – Pensas que sou louco? É isso?
- O quê? Dave… algo te marcou no passado, eu tenho a certeza disso!
- Como?
Hesitei.
Sabia que, se contasse como é que tinha descoberto toda a verdade, ele se limitava a sair daquele bar e deixar-me ali sozinha, pensando que eu enlouqueci.
- Não me perguntes como… apenas diz-me: o que é que te marcou no passado?
- NADA!
Olhei-o, um pouco nervosa e desesperada. Não havia maneira de o fazer desabafar, era impossível!
Pegou nos seus livros e na sua mochila, e saiu de rompante do bar.
***
A Sarah chamou-me para a acompanhar numa última filmagem para a sua “Grande Reportagem”. Estou farta. Estou farta de usar aqueles brincos banhados a ouro que só servem para tilintar no meio dos corredores, estou farta da roupa justa, que mais parece que está pintada no corpo, e, sobretudo, estou farta da Sarah. Finalmente descobri que tipo de pessoa ela é. Rude, fútil, convencida e materialista. O único acto altruísta da sua parte, serviu só para agradar os jornalistas, e mesmo assim, fazia-o contra a vontade.
Estou arrependida. Estive dois meses com uma total cegueira, e agora perdi todos os meus verdadeiros amigos, a começar pela Melody. Tenho saudades daquelas nossas longas tardes juntas, a comer gelado de iogurte, à beira do lago do parque central. Riamo-nos às gargalhadas, e eu perdia a noção do tempo quando estava com ela. Ela foi uma amiga muito especial, e agora perdi-a. Ela nunca mais vai querer olhar para a minha cara… nunca.
***
Sarah Mello… concentra-te. Coragem! É a última filmagem… tem de ficar perfeita!
Estou farta… farta, é o que eu digo. Estou farta desta gente, farta desta escola, farta desta… aldeia. Nem sei porque vivo aqui, no meio do nada. Estou farta de ter de reforçar o meu rímel com nove camadas e o blush com vinte e duas. Quero apenas colocar as minhas normais e habituais cinco camadas de rímel e quinze de blush.
Já para não falar nos flashes das máquinas fotográficas… qualquer dia fico cega! Meu Deus, assim já não me podia pintar como deve de ser… tinha de contratar aquelas rapariguitas com cursos de rasca, com a mania que sabem pintar esta carinha linda. NÃO!
ADOREI! aquela conversa foi forte, pesada! mas adorei esta muito bem escrita espero é que ela nao insista muito porque isso pode ainda faze-lo "sofrer" mais visto que se ira lembrar ainda mais do passado! UMA ESCRITA BRILHANTE!
Ok este capitulo foi mesmo UOU! OMG! e tudo o que mais...
Primeiro o POBREZINHO do Dave :( AHHHHHHH vá lá desabafa, kkkkkkk Tenho tanta pena dele, que nem o que lhe dizer!!!!!
Depois tenho umas palavritas para a Cassie: tu é que te meteste nesta alhada, agora arranja-te. Parva tsc tsc
E a Sarah como habitualmente é so rir da futilidade dela XD Poooo, agora para ser como a Sarah tenho de por 25 camadas de blush? HELP! XD Ainda me tapa os poros todos (ainda bem que nao uso heheheh)
Opá ADOREI! Isto fica cada vez mais interessante!!! ª.ª Era tão fixe se pelo menos chegasse ao 100 capitulo... Mas isso sou eu a sonhar demasiado alto XD
Oh pah, amei mesmo! Buéééé!
HAAAA!
Quero outro capítulo, amei simplesmente a parte da Cassandra Brown... -.-'
Agora é que percebeu...
Continua assim, quero maaais!