Capítulo 16

No intervalo, tentei andar o mais possível com a Cassie, para o Jake não reparar, mas parecia que havia algo que nos juntava a toda a força: O trabalho de Grupo.
- Melody! Porque andas a fugir de mim? – Perguntou o Jake preocupado.
- Eu não ando a fugir de ti!
- Então porque ainda não me falaste hoje?
- Não calhou, e além disso não tenho nada para conversar.
- Mas agora temos. A data limite de entrega deste trabalho é no fim da semana. Temos de começar a trabalhar. Pode ser hoje à tarde?
Eu hesitei um pouco na resposta, mas não tive escolha. Era a minha nota que estava em causa.
- Pode ser. – Afirmei.
- Óptimo. Até lá. – Disse ele com um sorriso.



- Estou feita. – Disse eu para a Cassie, um pouco desanimada.
- Credo, rapariga! Mas o que é que o Jake te fez?
- Nada. Vamos para a aula.
A manhã passou de uma forma calma, sem Sarah e sem Cassie a pensar nela. Estava tudo a correr bem. Até que chegou a hora do trabalho.
Fui andando para a Biblioteca, adiantando algumas coisas, e esperando pelo Jake, que estava um pouco atrasado. Fui para as mesas dos computadores e comecei a pesquisar alguma coisa, acompanhada de alguns sons daquele sítio. O típico rebentar da pastilha elástica da Bibliotecária, o suave barulho da ventilação morna dos computadores, o som do folhear de alguns livros e claro aquelas vozes de fundo.



Quando finalmente o Jake chegou, lamentou a sua demora e começámos a trabalhar.
- Vai à secção de Ciências, eu vou procurar na Internet.
- Ok.
Ele nem trabalhava muito mal, mas quando nos sentámos um em frente ao outro para fazer cruzar informações, é que começaram as perguntas.
- Bem… no Sábado tu não estavas nada mal. Arranjaste um namorado… - Disse ele, folheando um enorme livro de Ciências.
- Ele não é meu namorado. É um amigo de longa data. Tu é que não estavas nada mal… com a Sarah. Até saiu no jornal e…
- Eu sei, e arrependo-me bastante. Nunca gostei da Sarah.



- Então porque a beijaste?
- Os meus amigos diziam que eu não era capaz e portanto…
Não acredito que o Jake fez tudo aquilo para mostrar aos amigos que era capaz.
- Isso é imoral. – Disse eu.
- Podemos continuar o trabalho?
- Claro. Pesquisa imagens… eu recolho informações.
Apesar das ordens, ele apoiou-se no braço e começou a observar-me.
- Huh… não vais fazer a tua parte? Dei-te a mais fácil… Vá, começa!
E ele lá começou, a folhear o livro, mas parecia desatento.

Acabámos uma parte do trabalho, mas ainda havia muita coisa para fazer, mas para um começo até nem estávamos muito mal.
Cheguei a casa, exausta e sem cabeça para nada. Pousei a minha mala no sofá e dirigi-me à Cozinha.
- Olá filha! Vieste tarde! – Disse o meu pai.
- Estive a fazer um trabalho de grupo. O jantar está pronto?
- Quase… estou a seguir uma receita que vi na televisão.
- Queres ajuda?
- Não, filha, podes ir descansar.
Fui para a sala e recostei-me no sofá. Como eu tinha saudades daquele confortável e morno sofá. Com almofadas a rodear o meu corpo e aquela sensação de paz e tranquilidade. Liguei a televisão e comecei a ver o noticiário. Tudo o que o locutor dizia transformava-se em ruídos nos meus ouvidos, fazendo-me adormecer durante instantes.



- Melody? Melody! Anda jantar, filha! – Acordei com a doce voz do meu pai, chamando-me para jantar. O cheiro vindo da cozinha até era agradável. O meu pai tinha-se esmerado.
E o cheiro não me iludiu, pois o jantar estava óptimo.
- Pai… isto está óptimo! De certeza que não encomendaste esta comida?
- Juro! Eu fiz esta comida. – Disse ele rindo-se um pouco. – Como estão a correr as aulas Mel?
- Bem… Este ano vou-me esforçar para ter uma boa média para a faculdade.
- E acho muito bem! Tens de te lançar, rapariga! És muito inteligente! Mas… eu estava a falar da tua turma. A festa ajudou-te a conhecer alguém?
- Não… continuam todos na mesma. Ah… encontrei o Ronald!
- A sério, Mel? Que giro! Como é que ele está? – Perguntou o meu pai, levando uma garfada com um monte de arroz.
- Bem… arranjou trabalho na praia.
- Esse rapaz nunca foi muito ligado aos estudos.



- Não, não… ele disse-me que queria juntar dinheiro para a Universidade em Twinbrook. Lá as universidades são óptimas.
- Estou muito impressionado. Um rapaz que chumbou dois anos consecutivos está agora tão atinado. As pessoas mudam mesmo com o passar dos anos. E tu? Já pensaste para onde queres ir?
- Nada de muito longe. Não quero sair de Fort Sim. – Por muito que não gostasse da minha escola e dos meus colegas, Fort Sim era a minha casa. Foi onde eu cresci.
- Mas aqui… não tens muitas possibilidades.
- Pai… dá-me tempo… por favor.
- Claro! Isso é uma decisão tua… e apenas tua. Não quero interferir.
- E quando é que vamos visitar a mãe? Podíamos fazer-lhe uma surpresa. Ela está no estrangeiro. Podíamos ir lá no Natal.
O meu pai, nesse momento, engasgou-se com a garfada que tinha levado à boca.
- Huh… receio que isso seja um pouco impossível, filha. A tua mãe… nunca pôde vir cá… se fossemos lá ao estrangeiro, ela mal tinha tempo para nós.
Levantei-me, mais uma vez desiludida com a resposta negativa que o meu pai tinha sempre na ponta da língua, sempre que se tratava da mãe. Lavei a loiça e fui para o quarto.

Capítulo 15



O clima, naquela noite, estava fantasmagórico. Recolhi-me nos meus lençóis, encostei-me à minha almofada, e fechei os olhos, tentando adormecer, embora não conseguisse. Aquele vento a bater nas janelas, causando um som assustador impedia-me de dormir. Mantive-me quieta, um pouco assustada. Eu nunca tive medo deste tipo de noites, mas naquele dia foi diferente. Estava muito ansiosa e preocupada com algo, embora não soubesse o quê. Até que, ouvi risos de uma criança. Sim… risos… gargalhadas, e um suave chiar de algo metálico. Aquelas gargalhadas infantis e inocentes aproximavam-se cada vez mais dos meus ouvidos, causando um desconforto tremendo. A noite preparava-se para uma forte chuva, porque haveria alguém estar lá fora?
Levantei-me lentamente, e desci as escadas cuidadosamente, utilizando o telemóvel como lanterna. Abri a porta e uma rajada gelada de vento bateu contra a minha cara, fazendo esvoaçar papéis e outros objectos ligeiros que se encontravam no hall de entrada. Os risos daquela criança aumentavam cada vez mais a sua intensidade. Fui ao quintal e deparei-me com algo assustador.



O meu coração bateu fortemente diante daquela visão. Estava uma criança, rapariga, a baloiçar com ajuda de um homem, que a empurrava.



Mas aquela imagem, rapidamente se desfez com o vento. Permaneci imóvel durante uns segundos, mas o meu pai chamou-me, preocupado.
- Melody! Mas que raio te passou pela cabeça para estares cá fora, com um tempo destes?



Eu não respondi, apenas olhei para trás, e vi a tal criança.
- Mel! Estás-me a ouvir? – Perguntou o meu pai. – Vamos para casa!
Eu segui-o até casa, e fui para o meu quarto. Provavelmente o pai estranhou aquela minha ausência da realidade, mas não conseguia pensar nem falar. O meu olhar não focava nada, e nem me aguentava nas pernas, que me tremiam e desfaleciam sobre aquele chão de madeira. Deitei-me na cama, sem lençóis a cobrirem o meu corpo. Até que adormeci…
Domingo, foi aquela preguiça típica, com trabalhos de casa por fazer e horas e horas agarrada á Televisão, mas sabia que no dia seguinte, tinha de encarar uma certa pessoa.
Acordei, um pouco tarde, e apressei-me até à Escola. Todos os alunos estavam com jornais a observar a notícia de primeira página, fixado, naquelas imagens a preto e branco. Encontrei a Cassie, que também estava agarrada a um desses jornais, e perguntei-lhe.
- Por que estão todos com jornais?
- Não sabes? Vê isto… – Ao dizer aquilo, mostrou-me o jornal.



Arregalei os olhos ao ver aquela imagem, aterradora e cómica ao mesmo tempo.
- Não acredito!
- Acredita! Isto é obra de Paparazzis. A Sarah hoje nem veio à Escola….



- Imagino qual seja a razão. – Sussurrei eu.
Nesse momento, o Jake apareceu.



- Cassie, vamos ao Bar… Não quero estar aqui.
- Está bem…
Fui para o Bar com a Cassie, não querendo ficar junto do Jake. Mas parece que a distância que eu tinha posto do Jake foi quebrada. Porquê? Já vão ver…
A professora, Jane, entrou na sala de aula, com o seu simpático aspecto.
- Bom dia meninos! Espero que tenham passado um bom fim-de-semana, pois, hoje trago-vos trabalho!
A turma ficou um pouco desanimada, apenas o Dave esfregava as mãos com vontade de trabalhar.
- Hoje vou escolher os grupos para o novo trabalho de projecto. O tema é à vossa escolha, mas por favor, escolham um tema decente! Ora bem… segundo os meus apontamentos, tenho quatro grupos: Grupo um, Dave, Johnny e Marc.
Tive pena do Dave… ficou com os rapazes mais preguiçosos da turma.
- Grupo dois, Cassandra, Sarah e Joe.
A Cassie ficou histérica, mesmo sabendo que a Sarah não ia voltar à escola tão cedo, devido a esta notícia que se tornou polémica.
- Grupo três, Marcia, Helena e Eduardo. E por último, grupo quatro, Joana e Kate.
Fiquei um pouco indignada, pois a professora tinha-se esquecido do meu nome… e o do Jake.
- ‘Stora! Esqueceu-me de mim e do Jake.
- Eu não tenho os vossos nomes aqui na pauta… que estranho, tinha quase a certeza que tinha posto todos os nomes. Bem, visto que ficaram os dois de parte, ficam vocês, Melody e Jake, o grupo cinco!
Só faltava mais esta… A pessoa que eu menos queria encarar, é agora meu parceiro de grupo. Isto está a complicar-se…

Capítulo 14





A festa prolongou-se até ao fim da tarde… até ao fim daquela noite morna de verão. Fui para a beira-mar… A música tocava, juntamente com aquelas vozes e risadas de fundo, com o barulho do gelo a ser triturado.
Estava confortavelmente sentada à beira-mar, a pensar no meu pai, que provavelmente tinha comido bolachas e leite ao jantar, e na minha vida. Sentia falta dos meus amigos, da minha infância e, especialmente, daqueles momentos que nos trazem de volta às origens e que nos fazem perceber o quanto crescemos em tão pouco tempo.



Apesar das luzes que provinham essencialmente do bar e de algumas tochas e fogueiras espalhadas pela praia, ali à beira-mar, a única luz que eu tinha vinha das estrelas cintilantes lá no alto. A escuridão relaxava-me e, a pouco e pouco, os meus pés enterraram-se na areia húmida e eu deitei-me, com o meu saco de praia como almofada. A música que se ouvia fazia-me pensar na vida com um sorriso em vez de lágrimas, como era habitual. Talvez a festa nem estivesse a ser assim tão má. Apesar da Sarah e do Jake mais parecerem namorados e a Cassie andar atrás deles como uma vela, encontrei o Ron, e isso valia o facto de ter ido a praia. E nesse momento, ele sentou-se ao pé de mim, e ainda falámos um pouco…
- Queres alguma bebida? – Perguntou ele com gentileza.
- Não, não obrigada… Está uma noite óptima…
- É… eu adoro o mar. Parece que aqui afogo todas as minhas mágoas. Parece que aqui, esqueço todos os meus problemas.
- Eu também adoro o mar! É lindíssimo…
Houve um pouco de silêncio naquele momento, e o Ron voltou a falar, tocando num assunto que eu não queria nada que fosse tocado…
- Lembras-te daquela paixoneta que tive por ti no 6º ano?
- É… lembro-me essencialmente do estalo que te dei quando me tentaste dar um beijo.



Nós os dois rimo-nos um pouco, olhando um para o outro, fixamente.
- Custa acreditar que já passaram cinco anos. Parece que foi ontem… - Disse ele, com um grande brilho nos olhos.
- Sim…
- Tive imensas saudades tuas, Melody. Tu sempre fizeste com que eu me atrai-se por ti de uma forma sobrenatural.
- Huh… olha-me para as horas, é melhor ir…
- Espera! Melody, no 6º ano, nós apenas éramos putos. Agora parece que tudo ficou mais sério… mais real. Tal como o amor que eu sinto por ti… naquela altura era uma paixoneta, agora é a sério. Estou realmente apaixonado por ti. Nunca te esqueci, apesar dos anos que passaram. – Aquelas palavras puseram-me bastante nervosa.
- Ron… eu… Por amor de deus, já se passaram cinco anos, é impossível não me teres esquecido…
- Não… não é impossível. Tu sempre estiveste no meu coração…
- Huh…
- Não fales… as palavras não servem de nada… - Ele aproximou-se cada vez mais de mim e… aconteceu.



O que sei, é que esqueci quase tudo da minha vida. Família, amigos, tristezas, estudos. Tudo desapareceu naquele momento, deixando-me ali… sozinha com ele.

Quando aquele curto beijo acabou, olhei para o Jake e para a Sarah, e apenas a vi caída no chão acompanhada da Cassie que a tentava ajudar e o Jake com uma cara furiosa…



- Huh… tenho de ir embora… Já é tarde… Adeus!
- Mel, espera!

Saí a correr daquela praia. Quando pisei a pedra do carreiro da saída olhei para o Jake. Ele pareceu um pouco estranho, virando a cara subitamente para eu não reparar que ele olhou para mim.
Olhei para o Ron… ficou a fixar-me, ali, à beira-mar, abandonado…
Mas que raio tu estás a fazer Melody??
Já passava da meia-noite, e eu não queria incomodar o meu pai, portanto, fui a pé para casa. Quase corri, naquela calçada morna e áspera. Vieram-me algumas lágrimas aos olhos, mas não sei porque razão.
Cheguei a casa, tentando fazer o menos barulho possível. Tomei um duche, e fui para a cama. Não parava de pensar no Ron… nem no Jake. Esta festa ficou-me na mente, o resto da noite… o resto da semana…
Levantou-se um vento bastante forte, que batia contra os estores das janelas do meu quarto. O tempo tinha piorado bastante. Provavelmente a festa não se prolongou por muito mais tempo…



Capítulo 13

Levantei-me lentamente da cama, peguei no meu saco e fui acordar o meu pai, para me levar à festa. Levou algum tempo até se levantar, mas lá acordou, resmungando baixinho.
Estava um trânsito caótico, o que me estava a stressar um pouco, pois já estava atrasada.
- Podes parar aqui… vou o resto do caminho a pé… - Disse eu, abrindo a porta do carro.
- Tens a certeza? Eu posso levar-te até à praia, filha.
- Não é preciso, pai. Eu vou o resto a pé.
Pode parecer estúpido, mas não queria que o meu pai visse que ia ficar de parte ao entrar naquela festa. Pelo caminho, fui vendo bastantes pessoas a correrem para a praia com biquínis e roupas bastante tropicais. Eu tinha um biquíni muito simples, cor-de-laranja listado. Não sou uma rapariga que queira dar nas vistas.
Consegui ver a Cassie, já a entrar para a praia. Corri até ela, e estava absolutamente linda.
- Cassie! Tu estás linda, amiga!
- Obrigada, Melody! E… WOW! Tu também estás!



- Obrigada… mas eu pareço normal. Quero é ver como a Sarah está.
- Tu nem imaginas! A Sarah está lindíssima! Via-a a sair de casa! – Exclamou ela, com um grito histérico.
Como a expressão diz: “Fala-se no diabo… e ele aparece”. Nesse momento, a Sarah tinha chegado à praia, dentro da sua faiscante e arrojada limusina. O seu motorista abriu-lhe a porta, e ela saiu. Tinha uma espécie de lenço com padrões tropicais, enrolado pelo seu corpo, dando um aspecto de vestido lindíssimo e irritante também. Tinha um chapéu de praia a combinar com o vestido, uns redondos e brilhantes óculos de sol e como não podia deixar de ser, a sua mala.



Quando entrou na praia, todos a seguiram hipnotizados, e eu fui arrastada pela multidão, entrando naquela belíssima praia. Fiquei boquiaberta quando vi todas aquelas decorações exóticas. Estátuas tropicais, balcões com cana amarelada, toldos de palha, carreiros que serpenteavam aquela fina e suave areia acompanhada de velas e tochas.







Ao fundo, junto ao bar a conversar alegremente com os amigos e com o Barman, estava o Jake com um copo de sumo na mão. Olhou para mim e cumprimentou-me:
- Olá! Ainda bem que vieste!
- É… decidi á ultima de hora… Isto está espantoso! A decoração…
- Ainda bem que gostas…. – Ele começou a fixar-me com aquele olhar sedutor, o que me pôs tão nervosa que me deu vontade de sair dali. – Estás muito bonita!



- Huh… pois… obrigada… tu também está giro. Huh… quer dizer… sim.
Ele riu-se, e o meu nervosismo foi logo abafado pela vergonha.
- Vou procurar a Cassandra… - Disse eu, correndo até ela.
Mas ela estava demasiado ocupada a acartar os protectores solares e as toalhas da Sarah, que, por sua vez, estava a atirar-se ao Jake, como era previsível.
Fui andando pela praia, sozinha, observando as pessoas e o mar. Sentei-me á beira-mar, observando as ondas a rebentar contra as rochas, soltando aquele branco da espuma, proporcionando um cheiro bastante agradável e relaxante…
Pela primeira vez, a Cassie tinha tido algum tempo para descansar, e foi ter comigo, sentando-se ao meu lado.
- Vi-te a falar com o Jake… tu e ele… aquilo vai dar uma boa relação! – Disse ela rindo-se.
- Não sejas parva Cassie! Eu e ele somos apenas colegas….
- Hum hum… pois. Hoje está imenso calor… Não queres ir ao bar buscar uns sumos?
Eu aceitei, obviamente, não queria falar mais sobre o Jake, nem estar sozinha. Dirigimo-nos ao bar, onde pedimos dois batidos, um de manga e morango, o meu preferido, e outro de kiwi, o preferido da Cassie. O barman fez sinal ao Jake, que por sua vez olhou para mim, sorrindo. Eu desviei o olhar.



Eu e a Cassie falámos um pouco sobre alguns assuntos incertos, mas esse momento foi interrompido pela Sarah, reclamando que já devia estar ao pé de si há dois minutos.
- Adeus Cassie…
De novo sozinha… andei pela praia, tentando olhar o menos possível para o Jake, embora este olhasse para mim fixamente. Mas mesmo assim eu fingia não reparar. Nesse momento, fui contra um rapaz que era Salva-Vidas lá na praia. Fiquei espantada. Não por ter ido contra ele, mas por esse salva-vidas ser um rapaz que eu pensava nunca mais ver na vida. O Ron.



- Melody?
- Ronald? Não acredito! O que fazes aqui?
- Arranjei um part-time como Salva-Vidas aqui na praia. Preciso do dinheiro.
- Nem acredito que te vejo de novo! Estás tão diferente! – Eu estava radiante.
- Tu também! Estás bonita… vieste à festa?
- Sim… embora esteja com vontade de sair…
- Então porquê? – Perguntou o Ron.
- Não tenho ninguém para falar… só tu agora, mas parece que estás a trabalhar por isso.
- Eu saio daqui a uns minutos… se esperares um pouco.
- Está bem… eu espero.



Eu fiquei um pouco chocada quando o vi. Não foi um choque negativo, mas sim positivo. Senti-me bastante contente quando vi o Ron, ao mesmo tempo que me sentia ansiosa.
Virei-me para o Jake, e ele estava um pouco entretido com a Sarah. Agora já não o percebo. Pelo que ele diz, não gosta dela, mas pelo que eu vejo está perdidamente apaixonado. Estou a ficar confusa.



A festa não podia estar melhor…

Capítulo 12



Saí da escola um pouco apressada, com aquela típica vontade de chegar a casa e esticar-me no sofá. Pelo caminho, não parava de pensar no dia seguinte, que me ia marcar para o resto do ano lectivo. Nem posso acreditar que aceitei ir àquela festa.
Cheguei a casa e vi um recado do meu pai no frigorífico:

“Querida,
Não tive tempo de te deixar almoço, e mesmo que deixasse não ias comer com certeza. Deixei-te dinheiro para ires comer a onde quiseres… diverte-te.
Muitos beijinhos… adoro-te.
PS: devias ir à festa dos teus amigos. Para te socializares e arranjares relacionamentos novos. Tens de esquecer os teus outros amigos… uma nova vida começou, Melody… vais ter de encarar isso.”

Detesto estes discursos de “novas amizades”. Mesmo que arranje novos relacionamentos, nenhum vai ser tão forte como o que eu tive com a Mary ou com a Cassie, embora agora a nossa relação esteja praticamente neutra ou negativa em termos de confraternização. Mas parece que o meu pai tem uma certa razão.
Peguei nos 8,50 simoleões que o meu pai me tinha deixado e dirigi-me para a Praça Central para ver onde ia comer.



Comi num humilde restaurante de Fast Food um delicioso Hambúrguer com queijo derretido, uma fina folha de alface e claro aquele disco de carne de vaca que me fazia querer repetir o prato.
Quando acabei de comer, fui espairecer um pouco ao agradável parque central, onde encontrei uma certa pessoa. O Jake… estava a correr em volta do parque, mas quando me viu parou logo.
- Olá Melody! – Cumprimentou-me limpando a sua testa com uma toalha. – Que surpresa ver-te por cá.
- Pois… vim almoçar. E tu? Não devias estar a preparar tudo para amanhã?
- O meu pai está a tratar de tudo… estou ansioso que vejas tudo… a decoração está fantástica não podes perder…



- Pois, imagino. Eu vou à festa.
- A sério? Que bom! Vais ver que não te vais arrepender. Queres acompanhar-me ao café para eu comprar uma garrafa de água? Estou ressequido. – Aquele pedido tão gentil, fez-me aceitar, mesmo estando ciente de que tinha muita coisa para fazer, a começar pela compra de um biquíni de jeito.
Quando chegámos ao café, fomos para a esplanada, onde me sentei pouco à vontade.
Mantive-me calada durante algum tempo, mas o Jake puxou logo conversa:
- Então, há quanto tempo estás nesta escola? Nunca te vi por lá…
- É natural, só vim para a tua turma este ano…
- Porque mudaste? – Perguntou o Jake levando a garrafa de água fresca à boca.
- Sinceramente, não sei porquê… foi à última da hora, não estava previsto. – Nesse momento, desviei o assunto para a Sarah. – Não sabia que namoravas com a Sarah.
Ele riu-se um pouco e continuou:
- Eu não namoro com ela… ela é que quer namorar comigo, mas eu não gosto dela. Trato-a por uma colega. Mais nada.



- Então porque te atiraste a ela na entrada?
- Melody, eu não me atirei a ela, só não podia dar-lhe desprezo… acho que fica um pouco mal num rapaz. Mas porque estás tão interessada?
- Nada… nada. Era só curiosidade. Huh… olha-me para as horas! Tenho de ir… Até amanhã. – Disse eu tentando escapar dali o mais rápido possível.
- Tchau!
Corri para a loja de roupa, antes que fechasse, e fui para a secção de biquínis.
- Não é um pouco tarde para usar biquínis? – Perguntou a lojista mascando a sua pastilha elástica irritantemente.
- Vou para uma festa na praia!
- Ok… são 4 simoleões por favor.
Dei o dinheiro, não acreditando que estava a desperdiçar a minha semanada com um biquíni que nunca mais ia utilizar na vida, e saí da loja.
Quando cheguei a casa, dei a notícia de que ia à festa na praia do Jake e o meu pai ficou muito contente, dando-me um beijo na testa.
E no dia seguinte, a minha sentença chegou. Acordei um pouco mais cedo para preparar a mala da praia com toalha e protector solar.
Quando estava a arrumar a mala, senti-me muito estranha. A minha cabeça começou a doer bastante e as minhas pernas fraquejaram. Seria da fome? Ou do cansaço? Não consegui pensar em nada naquele momento, apenas me sentei na cama esperando que tudo aquilo passasse. E nesse momento, vi umas sombras a andarem lentamente pelo meu quarto. Pararam numa esquina e começaram a fazer movimentos bruscos e a gritar. As vozes estavam distorcidas, ecoando pelo meu quarto.



Esfreguei os olhos e já lá não estavam. Estou a começar a ficar preocupada. Já não é a primeira vez que isto me acontece. Parece que estou a alucinar… a delirar. Não fazia ideia do que me estava a acontecer. Mas fosse o que fosse, estava a pôr-me preocupada e angustiada.

Capítulo 11

Fui para a cama cedo, já não aguentava mais tempo em pé devido àquele sonho que me estragou o resto do dia.
O fim-de-semana está quase a chegar, o que me deixa bastante contente e aliviada, mas por outro lado o fim-de-semana suava-me a indecisões, devido á festa do Jake. Apesar de já ter tomado a decisão, não me sentia segura, caindo de novo na indecisão. Vou… ou não vou? Pensa Melody!!!



No dia seguinte, levantei-me um pouco mais bem-disposta e com vontade de começar o dia… talvez porque fosse Sexta-Feira. Tomei o pequeno-almoço a correr, pois estava ligeiramente atrasada e fui para a Escola a pé. Hoje o meu pai entrou mais tarde ao trabalho, e eu não o quis perturbar na sua hora de descanso, bem que ele está a precisar.
Quando cheguei à escola, o Jake e os seus amigos estavam a distribuir folhetos para anunciar a sua festa. Quando passei pelo Jake, ele esticou o braço com um folheto bastante atractivo. Com aquele simpático sorriso cumprimentou-me dizendo:
- Não faltes!



Ele ajudou bastante para alimentar ainda mais a minha torturante indecisão, pondo-me cada vez mais nervosa. Vi a Cassie a andar, apressadamente, pelos infinitos corredores de cacifos, até que veio ter comigo:
- Hei! Mel!
- Bom dia Cassie… - Cumprimentei-a um pouco sem paciência.
- Tu vais á Festa do Jake Martin?
- Tenho um convite… mas não sei se vou…
- Tu tens de ir! É quase obrigatório! Ninguém vai perder esta festa por nada deste mundo! – Exclamou ela, histericamente, como é costume.
- Pois, não sei, Cassandra, deixa-me pensar. – Ao dizer isto, retirei-me deixando a Cassie, a gritar histericamente pela primeira festa que tinha sido convidada, sozinha.



Olhei para o folheto, enquanto caminhava para a sala de Química, que ainda não fazia ideia onde era. Pus-me à porta daquela que achava ser a sala e comecei a ler o folheto…
Música ambiente, passatempos, jogos, dança e bebidas grátis todo o dia, e toda a noite. Quem é que resiste?
-Pus o folheto na mala e sentei-me nos bancos, olhando em diferentes direcções, à espera de ver o Dave. Provavelmente já tinha entrado na sala de aula. Será que ele tem um convite para a festa? Estava inclinada para o “não” até que o vi a deitar o convite para o lixo. Corri até ele.
- Dave!! – Exclamei eu. – Não vais à festa?
- Que pergunta ridícula, Melody!
- Desculpa… Então eles convidaram mesmo toda a gente.
- Eles não me deram isto com intenção de me convidar! Não percebes? Estão a gozar comigo!



- Não digas isso… tu…
- Eu sei… não sou totó, mas não és tu que vais mudar a mentalidade dos milhares de alunos desta escola!
Com isto, virou-me costas, retornando à sala de aula.
No intervalo, dirigi-me ao gabinete minha Directora de Turma:
- Posso entrar ‘stora?
- Claro menina Knight… entre! – Disse ela com um ar muito simpático. – Sente-se!
- Obrigada… - Aquela simpatia já me estava a pôr nervosa. – Trago-lhe novidades sobre o Dave!
- Diga-me!
- Não são lá muito boas… ele não quer falar comigo ‘stora! Eu tentei de tudo mas…
- Compreendo… continua bastante fechado. Contactei o Pai dele… agora é aguardar que ele venha.



Nesse momento, tocou para a última aula do dia… finalmente.
- Desculpe, tenho de ir para a aula…
- Até logo! – Despediu-se ela com muita simpatia.
Na aula, a minha concentração dispersou-se para lá da janela, flutuando na imensa paisagem de Fort Sim. Tentava prestar atenção à “entusiasmante” aula de Português com doses e doses de poesia, mas apenas ouvia uns roídos nos meus ouvidos, não percebendo nada do que a Professora explicava.



Tirei o folheto da mala, de novo, e pu-lo por baixo do meu estojo, para ser discreta. Observei-o durante alguns minutos aquelas imagens de Cocktails e tochas com aspecto tropical e exótico… até que me decidi…
Vou!

Capítulo 10

Fiquei o dia todo a pensar na proposta do Jake, quanto à sua festa na Praia, mas estava com muito pouca ou nenhuma paciência para festas, mas por outro lado algo me empurrava para lá, mas não sei o quê.
Parece que a Cassie também vai à festa… não para se divertir, mas sim por “trabalho”, fácil de presumir qual. Mesmo assim estava bastante contente.
O calor está a apertar cada vez mais, e já estamos a caminho o Outono, o que torna cada vez mais possível uma grande festa na praia, e também uma rapariga indecisa. Sim… estou indecisa. Tenho um pequeno receio de que vou estar um pouco a mais naquela festa, no meio de pessoas ricas e “importantes”. E essa lista de pessoas, começa pela Sarah, que não vai escapar à tradição, e ser o centro das atenções, tanto dos rapazes como dos raparigas.
Para não variar, fui para casa a pé com aquele peso dos livros nas costas a contar os minutos até casa. Mas parecia que ainda faltava muito para chegar a casa, pois, fiz um pequeno desvio. Acordei a pensar naquela Capela que tinha visto há três dias atrás, e como só a tinha avistado de longe, decidi aproximar-me um pouco mais e não me arrependi nada. Aquela Capela tinha algo especial que me atraía até ela de uma maneira sobrenatural.



Aqueles pormenores tão antigos e lindos, com estátuas esculpidas nas paredes, pintura amarelecida pelo tempo e arbustos multi-colores, aqui e ali, que soltavam um cheiro primaveril bastante agradável.
Mas fui-me embora rapidamente, não porque não quisesse estar naquele maravilhoso e encantador sítio, mas apenas sentia que estava a ser observada.



Regressei a casa, já estava a escurecer…



O meu pai tinha encomendado uma Pizza, pelo menos ia jantar alguma coisa de jeito, e enquanto não vinha, fui para o computador, onde tentei encontrar algumas amigas minhas da outra turma no MSN.
- Olá Mary! Tenho muitas saudades tuas! Está tudo bem? – Disse eu para a Mary, uma grande amiga que eu tive no 2º Ciclo, mas para minha tristeza, não me respondeu.



Ainda fui ao facebook dela, e deparei-me com uma enorme desilusão… ela tinha apagado todas as fotos tiradas comigo… Ainda me lembro, quando nós éramos grandes amigas, e que passávamos tardes inteiras juntas, sem nos preocuparmos com nada… apenas com a nossa amizade… Mas perece que esses tempos maravilhosos acabaram, dando lugar às desilusões e dificuldades.



Fiquei pensativa durante alguns minutos, mas a campainha da porta de casa fez-me acordar… Era o rapaz da Pizza. O meu pai chamou-me à cozinha, e começámos a jantar.
A pizza tinha um aspecto mesmo delicioso, com o queijo derretido ainda bastante quente e os pedaços de fiambre tostados. O jantar ia saber-me mesmo bem, pois nem o pai precisou de se enervar para fazer o jantar e queimá-lo, como é habitual, nem eu tive trabalho nenhum em cozinhá-lo. O pai partilhava da mesma felicidade que eu. Enquanto eu me servia, ele esfregava as mãos e sorria.



- Sabes, pai, o Jake convidou-me para a sua festa de anos na praia.
- Ah sim? E tu vais? - Perguntou, enquanto mastigava vorazmente.
- Não. Não tenho paciência nenhuma para essas coisas.
- Devias reconsiderar, Mel. É uma maneira de conviveres com os teus colegas fora da escola... e uma boa oportunidade de fazeres amizades.
- Não vou pai, já me decidi.
O pai levou o guardanapo à boca e suspirou, enquanto franzia a testa. Provavelmente estava a pensar numa maneira de me convencer a ir. Mas eu tinha decidido. Não tinha paciência nenhuma para ver a Sarah pavonear-se no seu biquíni, com os seus óculos da channel e chinelos de marca. Já bastava o que tinha de aturar na escola.
Levantei a mesa, enquanto o meu pai organizava a papelada do trabalho.
Não parava de pensar na proposta do Jake, a minha cabeça já transbordava de indecisões. Aquela festa podia ser uma oportunidade de me juntar mais com a Cassie e podermos falar, como amigas, mas de certeza que vai estar bastante ocupada com o seu trabalho.

Capítulo 09

Primeiro, um pesadelo que me trouxe algumas consequências, como por exemplo fraqueza e falta de vontade de estar na escola. Depois, a extrema dificuldade de falar com o Dave, devido á sua timidez e falta de hábito de convívio, coisa que eu tenho de parar forçosamente, embora não saiba como, e ainda, para melhorar o dia, assisti a um triste episódio da paixão da Sarah pelo Jake, mas não é isso que me preocupa. Eu, por momentos, pensei que o Jake era um rapaz simpático, e embora tivesse aquela aparência não gostava de se exibir nem mostrar que é o melhor. Mas pelos vistos, enganei-me.
- Olá Jake! – Saudou-o a Sarah com uma voz muito doce e sedutora.
- Olá Sarah! Tu hoje estás…
- Eu sei… magnifica!
Ela começou a aproximar-se dele cada vez mais, e o Jake nem se afastava.



- Anda Jake! Vamos lá acima! – Exclamaram os amigos dele em uníssono, como sempre.
- Já vou, rapazes! Esperem! – Mas nem assim o Jake se afastou da Sarah. – Ouve, Sarah…eu vou dar uma festa na praia. Vai ser o meu 19º aniversário, e queria fazer uma coisa diferente, já que ainda está calor! Por isso… pensei que podias vir!
- Eu? A sério? Claro que vou! – Exclamou a Sarah num risinho histérico e snob.
- Óptimo! Depois dou mais informações!
Ao dizer aquilo, finalmente, afastou-se dela. Cumprimentou-me, mas eu virei costas e fui para o balneário… ia ter aula de Educação Física.
Acho que dá para prever como é que correu… A dificuldade das manobras e dos movimentos ia-se acentuando cada vez mais, pondo-me um pouco envergonhada quando não conseguia fazer algo, e também, a assistência da turma ajudava bastante.
Durante a aula, o Jake veio ter comigo, com aquele sorriso de orelha a orelha, um pouco enganador, agora.
- Hei! Melody!
Eu virei-me para trás.
- Diz…
- Olha, estava a pensar se não querias vir à minha festa de anos na Praia! Vai ser divertido! Vai estar lá todo o pessoal da escola, então, pensei se podias vir.
- Não, obrigada!
- Porquê? Vai ser giro! Trás roupa de praia, vais ver que te vais divertir!
Nem me deu oportunidade de falar e retirou-se logo. “Estou em sarilhos”. E como se não bastasse, quando ia fazer uma pequena pirueta para o professor avaliar as nossas capacidades, a Sarah prega-me uma rasteira. Acho que é fácil de imaginar toda a turma a rir-se de uma rapariga, que infelizmente era eu, caída no chão.



- Hei! Vê para de andas! – Exclamei eu.
- Desculpa? Tu estás a falar comigo? – Aquela nobre e irritante pergunta da Sarah enfureceu-me ainda mais.
- Sim, estou! Caso não tenhas reparado pregaste-me uma rasteira! Para a próxima vê para onde andas.



- Sim, sim… como queiras, deixa-me passar!
Dito aquilo, a Sarah começou a desfilar pelo ginásio fora, acompanhada da Cassie, que nem uma palavra disse para me defender…
Saí da aula, dando graças a deus por ter acabado, mas no intervalo aconteceu algo mesmo muito estranho, e eu que pensava ser impossível algo mais estranho que o que aconteceu hoje à noite.
A Cassie veio ter comigo, contando-me entusiasmadamente os seus dias como Arrumadora de Cacifo da Sarah. Sinceramente, aquela conversa já me estava a cansar. Sarah para aqui, Sarah para acolá, já não aguento mais, se calhar ainda acabo por perder uma amiga por causa disso. Mas o mais estranho não foi isso, durante a conversa, as minhas atenções desviaram-se para o fundo do corredor.



Sim, agora é oficial… estou a ficar louca!
Desta vez, não consegui perceber muito bem quem eram as “pessoas” que se escondiam por detrás daqueles vultos pretos e desvanecidos. Vi, pelo que pareceu, um rapaz e uma rapariga de mãos dadas.



Esfreguei os olhos, e os vultos tinham desaparecido. Como seria aquilo possível? Estarei eu a ter alucinações?
- Melody? Alô! Estás-me a ouvir sequer? – Perguntou a Cassie, esperneando como uma criança para eu ouvir o seu fantástico dia de “escrava”.
- Sim, sim… estou. Continua…
E lá continuou ela a descrever o seu “sonho tornado realidade” no seu longo intervalo de cinco minutos…