Capítulo 60
Comecei a caminhar, tendo a ligeira sensação que o meu tio tinha ficado paralisado a observar-me, enquanto me afastava progressivamente da igreja.
Embora eu não quisesse, sabia que tinha de encarar o meu pai mais tarde ou mais cedo… encarar a pessoa que me enganou durante dezoito anos. Comecei a andar mais rapidamente, e quando dei por mim já me estava a aproximar de casa. Avistei-a, não muito longe, e uma rajada de recordações penetrou-me na alma. Quase que nem conseguia andar naquele momento, pelas milhentas recordações que tive naquele momento, tendo a estranha sensação de que os meus pés estavam agarrados à relva.
Apesar de querer manter a minha mãe no meio daqueles pensamentos, tinha medo de voltar a ter alguma visão ou sonho sobre ela, que me pusesse ainda pior do que estava. Queria que aquilo acabasse, queria ter uma vida calma e apaziguada, mas nada, nada estava a meu favor.
De cabeça erguida, avancei em direcção à porta de casa, e abri-a, sendo o meu corpo totalmente percorrido por um arrepio provocado pela ânsia, talvez até medo, de entrar em casa. Deu-me uma vontade súbita de chorar naquele momento, mas estava ciente que, nestas alturas, temos de ser fortes e controlar a nossa angústia, por isso contive as lágrimas.
Ao mesmo tempo que tive uma ígnea vontade de dizer «Já cheguei, estou bem!», tive receio de dizer o que quer que fosse, que denunciasse que eu estava naquele Hall de Entrada, a tentar fazer o mínimo barulho possível, mas, infelizmente, não foram precisas palavras para me denunciar, pois o meu pai saiu de rompante da cozinha, com uma cara nitidamente pálida.
- MELODY! Onde estiveste? Telefonei-te dez vezes e tu não me atendias! Estava tão preocupado filha! – Tentou aproximar-se de mim, provavelmente com a intenção de me abraçar, mas, mecanicamente, eu afastei-me dele, indo para a sala de jantar. – Onde é que estiveste, filha?
Não respondi, sabia que se abrisse a boca se desencadeava uma infinita discussão, e naquele momento só queria descansar. Porém, o meu pai insistiu com a pergunta, olhando-me fixamente com uma cara preocupada. Notou que eu não me apresentava nas melhores condições: molhada, pálida, com os olhos inchados de tanto chorar e o cabelo desconjuntado.
- O que te aconteceu, Melody? Tu estás molhada e…
O pai não completou o que tinha a dizer, pois eu lancei-lhe um olhar que muito provavelmente expressou a minha profunda raiva e tristeza.
Continuou a olhar-me com os olhos esbugalhados, com a boca entreaberta e com o corpo paralisado. Eu, que não aguentei permanecer sentada no sofá, levantei-me, respirando profundamente, e encarei-o, tão perto quanto me atrevia. O frio e a raiva generalizaram-se no meu corpo, e, fechando lentamente os olhos, tentei acalmar-me.
- M-Mel! O que se passa? – Sussurrou o meu pai, com os sobrolhos franzidos.
Abri os olhos, olhando-o com um misto de desprezo e raiva, e finalmente consegui falar.
- Tu… Tu sabias… Tu sabias de tudo, não era?
- Eu sabia o quê, Melody?
- Não te faças de desentendido… Tu sabes do que eu estou a falar!
- Não, não sei! Não estou a perceber nada, Mel! O que se…
- Tu sabias que a minha mãe estava MORTA!!!
E com isto, empurrei-lhe abruptamente o peito, fazendo-o oscilar para trás, que se encontrava visivelmente nervoso.
- PORQUE É QUE NÃO ME CONTASTE, PAI? PORQUÊ?
- Melody, era para teu bem! Eu… - A sua respiração trémula impedia-o de falar, dando-me oportunidade para o interromper.
- Para meu BEM? Tu fizeste-me pensar as coisas mais horríveis sobre a mãe! Tu fizeste-me pensar que ela nos tinha abandonado aos dois! Que nos tinha esquecido! Fizeste-me pensar que ela não se interessava pela sua própria filha, não lhe telefonando nem no seu aniversário! Mas estava enganada! Ela afinal estava morta! E tudo isto porque tu és um MENTIROSO!
- Melody, por favor, deixa-me explicar-te!
- Explicar o quê? Que querias que eu tivesse uma vida normal, com a mãe ausente nas suas “viagens”? Era isso?
- Não, eu…
- Dezoito anos a olhar para a janela na esperança de ver a minha mãe entrar por aquele portão!
- Melody…
- Dezoito anos na esperança de acordar de manhã e ter a minha mãe ao meu lado a acariciar-me!
- Eu explico!
- Dezoito anos iludida por uma mentira! Dezoito anos a viver com um COVARDE! COVARDE! É O QUE TU ÉS! COVARDE!
A expressão persuasiva do pai transformou-se numa expressão de indignação.
- O quê? Como ousas dizer semelhante coisa?
- Eu digo o que quiser! E muito mais! – As lágrimas começaram a brotar-me dos olhos, turvando-me a visão. – Tu não prestas! És um mentiroso! COVARDE!
- ERA PARA TEU BEM, MELODY! PERCEBE ISSO DE UMA VEZ POR TODAS!
- EU PERCEBO QUE TU ME ENGANASTE DURANTE DEZOITO ANOS! O que é que esperavas? Que eu, quando soubesse, viria a correr para os teus braços a dizer que te adoro? – Soltei um inconsciente riso de escárnio. – Estavas enganado! REDONDAMENTE enganado! A única coisa que conseguiste com esta mentira foi que eu te odiasse!
- Querias ser uma criança traumatizada, olhada de lado na escola, por não ter uma mãe? – Indagou o meu pai, nitidamente nervoso.
- AH! Era isso que tu pretendias! Não querias ser mal visto pela vizinhança! Não era? Não querias manchar a tua reputação! Era isso? TU NÃO PRESTAS! ÉS UM COVARDE!
- JÁ CHEGA!!!
O berro de tom grave do meu pai ecoou pela sala toda, e, nesse momento, senti a sua mão embater na minha cara. Tal foi a força, que senti a minha face a arder, tanto pelo estalo que me deu, como também pela raiva que me subiu à cabeça.
Olhei para ele, que arfava com os olhos semicerrados, com uma expressão de arrependimento, mas ao mesmo tempo de raiva.
Mantive-me calma, com a cara a pulsar de dor, e olhei-o com desprezo.
- Se calhar a mãe está melhor onde está. Se calhar, quando viva, opondo-se igualmente a ti, recebia isto… ou pior, não era?
- Não! – Negou o pai, com determinação.
- Eu odeio-te… odeio-te…
OHH MEU DEUS!!
Ela sempre teve coragem de enfrentar o pai!! Adorei!!! OMG, FOI DEFINITIVAMENTE UM DOS MELHORES CAPÍTULOS QUE JÁ LI!!
Adoro!!!
Aiaiaiaiaiaiai, pobre Mel... :(
Já levou um estalo, tadinha... xD
Adorei tantooo!!! Para mim ganhaste um Óscar! Lol
A-M-E-I!! Sei que digo sempre isto, mas continua por favor! Não aguento esta espera.. xD
WOW, nem sei explicar tão comovente... Pobre melody, tenho muita pena dela :( ....
Fiquei triste quando ela disse que o odiava, mas por um lado ela tem um coto de razão... Está cada vez melhor....
Espero que as coisas melhorem para o lado da Melody e do Pai....
Não sei o que dizer... isto está BRILHANTE... continua o maravilhoso trabalho...
Ass: Diana (Didi)
MELODY!!!!!!!!! DÁ-LHE TAMBEM CAREDO! Ou esperas que um simples odeio-te resolve as coisas?
OMG eu esperei por este momento a vida toda!!!!!!
Sinto-me... Sinto-me... OMG!!!!!!!!!!!!!!!
Já te disse que esta historia deixa-me sempre sem palavras?
Continuando... Isto foi tao emocionante!!!!!!! FIGHT FIGHT FIGHT FIGHT!!!!!!! *corre que nem louca* *bebe meio litro de coca-cola* *atira-se da janela* *volta para o computador*
Aiiiiiiiiiiii, e agora e agora!!!!!! *roi as unhas* *roi roi roi*
QUERO MAIS!!!!!! ARRRRRG!
estou a tremer com tanta emoçao...
Quero maisssssssssssss maisssss maissssssss!!!!!!!
Dá-lhe!!!!!
PORRADAAAAAAAAAAA!
MEL, VAI-LHE À CARA! DÁ-LHE NAS FUÇAS!
Desgraçadeco! HAAAA! FORÇA NISSO!
fogo, começei a odiar tanto o velho que so me da vontade de lhe atirar com uma panela! -.-
Velhadas atrasado!
*fica louco e começa á procura de objectos duros e perigosos*
HAAA!
*lê o comment da mmoedinhas e decide fazer o mesmo - TOCA A CORRER QUE NEM UM LOUCO!*
Bem, quanto ao capítulo...
GUERRA! BOMBAS! TIROS! TRAU-TAU-TAU! CORRAM PARA AS TRINCHEIRAS!
Pronto, depois de desmaiar durante um pouco, o Desi levanta-se e diz o habitual:
Continua...u_________________u
Adoreie sta maratona que por mim continuava, se perguntares se custou digo que não e simplesmente porque ADORO A MANEIRA COMO ESCREVES-TE TODAS AS SENSAÇÕES E ADORO esta historia! PARABÉNS E estou ansioso para ver o que vem mais!
Adorei !!
Xii tanta discussão '_'
Coitada da Mel '_'