Capítulo 51
Conseguia vislumbrar a felicidade patente no rosto da minha mãe. A maneira delicada como ela caminhava, os cantos da boca ligeiramente arredondados, dando a ideia de um sorriso abalado pela emoção daquele momento, e o seu olhar fixo no meu pai. Estava nervosa, mas verdadeiramente feliz.
Os convidados olhavam-na com ternura, emocionados também, com o pescoço empertigado para a visualizarem melhor até aos últimos folhos do seu vestido que arrastavam no chão de pedra fumada. Todos exibiam bonitos sorrisos, e as expressões sonhadoras nas faces das meninas não enganavam. Todas elas imaginavam-se, naquele momento, com um longo e bonito vestido de noiva, um ramo de flores e um véu na cabeça. Consegui distinguir a avó, a mãe do pai, que limpava incansavelmente as lágrimas a um lenço bordado cor-de-rosa. Estava muito bonita, com um chapéu a envolver-lhe a cabeça, um vestido comprido em tons de cinzento e um casaco branco feito em croché.
Toda aquela atmosfera envolveu-me também, e comecei a soluçar baixinho com finas lágrimas a brotarem dos meus olhos. Os meus pais estavam tão bonitos! O contentamento que sentia rasgava-me o peito, e por mais que tentasse evitar as lágrimas, elas caíam, como uma torneira estragada. Entretanto, a mãe largou o braço do tio Arthur, que ainda não tinha conseguido reconhecer aquela cara, para segurar no do pai. Justamente antes de o padre começar a cerimónia, deu-se uma intensa troca de olhares entre os meus pais, e vi um sorriso cúmplice aflorar o rosto de ambos.
Eles estavam felizes, e isso fazia-me feliz a mim também.
Os convidados sentaram-se, ouvindo-se um suave burburinho das vestes formais a assentar nos bancos. O padre olhou para a mãe, e de seguida para o pai, com um sorriso estampado na face, com um espesso livro na mão, com uma capa aparentemente duríssima mas com as páginas finas e frágeis, enrugadas pela humidade. Mas deixei-me logo de observações e concentrei-me na cerimónia.
Por mais que tentasse, nada me fazia concentrar nas religiosas e cerimoniais palavras daquele padre, pois, as minhas atenções desviavam-se logo para os meus pais, a avó e o meu tio. Por instantes, fixei a cara deste último, tentando-me lembrar de quem era, mas ninguém me ocorria, mesmo pensando nas pessoas de quem eu definitivamente não pudesse tirar uma conclusão plausível.
Aqueles olhos igualíssimos aos da mãe… e aos meus também. Aquele cabelo, com o intenso negro, tal e qual o da mãe… e o meu. Parecia um triângulo de semelhanças. Era capaz de ficar para sempre especada a olhar para ambos os lados: para o altar, onde se encontrava a minha mãe que olhava fixamente para o pai, e para os bancos da frente, onde se encontrava o tio Arthur com um grande sorriso. A quantidade de semelhanças entre nós os três eram quase infinitas.
Foi então que finalmente caí na “realidade” e prestei atenção à cerimónia, que estava quase a chegar ao fim, com as últimas e decisivas frases do padre:
- George Knight, aceita esta mulher como sua legítima esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte vos separe?
Fez-se um breve silêncio naquele altar, pois a emoção que o pai devia estar a sentir naquele momento devia impedir a sua boca de abrir dizendo um emocionado “Sim”. O silêncio foi finalmente quebrado com a afirmação do pai.
As mesmas palavras foram ditas pela mãe, quando o padre lhe fez a mesma pergunta.
As alianças foram postas, fazendo os convidados preparar os seus cestos cheios de pétalas de diversas cores, de diversas flores, e repletos de grãos de arroz, secos.
O beijo deu-se e o meu coração parecia que saltava do meu peito, com a emoção. O beijo foi profundo e amoroso, parecia que, naquele momento, o pai e a mãe tinham esquecido tudo à sua volta, concentrando-se apenas na sua relação e no futuro da mesma.
Desceram do altar, e foram logo bombardeados com milhares de pétalas de flores e grãos de arroz. Eu, apesar de não me verem e nem terem a mínima ideia de que eu era a filha daquele casal, aplaudi incansavelmente, com um grande sorriso na cara.
Tudo na minha vida pareceu perfeito, naquele momento. Tudo o que passei naquele mundo, pareceu ter cessado nos meus pensamentos, ao ver aquele bonita imagem dos meus pais casados.
Entrei no sumptuoso carro, vindo atrás de mim a minha mãe e o meu pai. A minha mãe quase se sentava em cima de mim, e mesmo se isso acontecesse, ela não sentia nada. Era como se tivesse sentado em cima de uma nuvem de fumo.
O carro não pareceu dirigir-se à bonita cerimónia no grande salão, mas sim a um grande e amplo jardim.
- Têm a certeza disto, meus senhores? A festa vai começar a qualquer altura e se não vos virem… - Avisou o motorista, com as mãos no volante e com a cabeça ligeiramente voltada para trás.
- Não se preocupe… Não nos vamos demorar… - Disse o pai com uma voz meiga, olhando com um brilho nos olhos para bela face da mãe.
O motorista assentiu e abrandou o carro, o ponteiro do velocímetro a baixar cada vez mais, até que parou em frente àquele jardim.
Os noivos saíram, e eu acompanhei-os numa infinita marcha por um extenso carreiro acompanhado de dezenas de bancos.
O jardim era visivelmente colorido, com diversos tipos de árvores. Robles monumentais, Carvalhos, Acácias com as suas típicas cores quentes a cobrirem as copas, arbustos de diversos tamanhos e cores. Um sítio extremamente romântico para uma ocasião romântica.
O pai agarrou a mãe por detrás das costas, dando-lhe inúmeros beijos na cara, no pescoço…
- Já disse isto? – Perguntou.
- Isto, o quê? – Indagou a mãe com os seus olhos suavemente fechados.
- Que este é o dia mais feliz da minha vida?
A mãe virou-se para trás, abrindo os olhos lentamente enquanto dava uma meia volta, para ficar frente a frente com os olhos castanhos do pai.
Não foram precisas palavras para a mãe responder, apenas um longo e romântico beijo para se perceber que o amor entre eles era mais forte do que qualquer coisa.
Os convidados olhavam-na com ternura, emocionados também, com o pescoço empertigado para a visualizarem melhor até aos últimos folhos do seu vestido que arrastavam no chão de pedra fumada. Todos exibiam bonitos sorrisos, e as expressões sonhadoras nas faces das meninas não enganavam. Todas elas imaginavam-se, naquele momento, com um longo e bonito vestido de noiva, um ramo de flores e um véu na cabeça. Consegui distinguir a avó, a mãe do pai, que limpava incansavelmente as lágrimas a um lenço bordado cor-de-rosa. Estava muito bonita, com um chapéu a envolver-lhe a cabeça, um vestido comprido em tons de cinzento e um casaco branco feito em croché.
Toda aquela atmosfera envolveu-me também, e comecei a soluçar baixinho com finas lágrimas a brotarem dos meus olhos. Os meus pais estavam tão bonitos! O contentamento que sentia rasgava-me o peito, e por mais que tentasse evitar as lágrimas, elas caíam, como uma torneira estragada. Entretanto, a mãe largou o braço do tio Arthur, que ainda não tinha conseguido reconhecer aquela cara, para segurar no do pai. Justamente antes de o padre começar a cerimónia, deu-se uma intensa troca de olhares entre os meus pais, e vi um sorriso cúmplice aflorar o rosto de ambos.
Eles estavam felizes, e isso fazia-me feliz a mim também.
Os convidados sentaram-se, ouvindo-se um suave burburinho das vestes formais a assentar nos bancos. O padre olhou para a mãe, e de seguida para o pai, com um sorriso estampado na face, com um espesso livro na mão, com uma capa aparentemente duríssima mas com as páginas finas e frágeis, enrugadas pela humidade. Mas deixei-me logo de observações e concentrei-me na cerimónia.
Por mais que tentasse, nada me fazia concentrar nas religiosas e cerimoniais palavras daquele padre, pois, as minhas atenções desviavam-se logo para os meus pais, a avó e o meu tio. Por instantes, fixei a cara deste último, tentando-me lembrar de quem era, mas ninguém me ocorria, mesmo pensando nas pessoas de quem eu definitivamente não pudesse tirar uma conclusão plausível.
Aqueles olhos igualíssimos aos da mãe… e aos meus também. Aquele cabelo, com o intenso negro, tal e qual o da mãe… e o meu. Parecia um triângulo de semelhanças. Era capaz de ficar para sempre especada a olhar para ambos os lados: para o altar, onde se encontrava a minha mãe que olhava fixamente para o pai, e para os bancos da frente, onde se encontrava o tio Arthur com um grande sorriso. A quantidade de semelhanças entre nós os três eram quase infinitas.
Foi então que finalmente caí na “realidade” e prestei atenção à cerimónia, que estava quase a chegar ao fim, com as últimas e decisivas frases do padre:
- George Knight, aceita esta mulher como sua legítima esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte vos separe?
Fez-se um breve silêncio naquele altar, pois a emoção que o pai devia estar a sentir naquele momento devia impedir a sua boca de abrir dizendo um emocionado “Sim”. O silêncio foi finalmente quebrado com a afirmação do pai.
As mesmas palavras foram ditas pela mãe, quando o padre lhe fez a mesma pergunta.
As alianças foram postas, fazendo os convidados preparar os seus cestos cheios de pétalas de diversas cores, de diversas flores, e repletos de grãos de arroz, secos.
O beijo deu-se e o meu coração parecia que saltava do meu peito, com a emoção. O beijo foi profundo e amoroso, parecia que, naquele momento, o pai e a mãe tinham esquecido tudo à sua volta, concentrando-se apenas na sua relação e no futuro da mesma.
Desceram do altar, e foram logo bombardeados com milhares de pétalas de flores e grãos de arroz. Eu, apesar de não me verem e nem terem a mínima ideia de que eu era a filha daquele casal, aplaudi incansavelmente, com um grande sorriso na cara.
Tudo na minha vida pareceu perfeito, naquele momento. Tudo o que passei naquele mundo, pareceu ter cessado nos meus pensamentos, ao ver aquele bonita imagem dos meus pais casados.
Entrei no sumptuoso carro, vindo atrás de mim a minha mãe e o meu pai. A minha mãe quase se sentava em cima de mim, e mesmo se isso acontecesse, ela não sentia nada. Era como se tivesse sentado em cima de uma nuvem de fumo.
O carro não pareceu dirigir-se à bonita cerimónia no grande salão, mas sim a um grande e amplo jardim.
- Têm a certeza disto, meus senhores? A festa vai começar a qualquer altura e se não vos virem… - Avisou o motorista, com as mãos no volante e com a cabeça ligeiramente voltada para trás.
- Não se preocupe… Não nos vamos demorar… - Disse o pai com uma voz meiga, olhando com um brilho nos olhos para bela face da mãe.
O motorista assentiu e abrandou o carro, o ponteiro do velocímetro a baixar cada vez mais, até que parou em frente àquele jardim.
Os noivos saíram, e eu acompanhei-os numa infinita marcha por um extenso carreiro acompanhado de dezenas de bancos.
O jardim era visivelmente colorido, com diversos tipos de árvores. Robles monumentais, Carvalhos, Acácias com as suas típicas cores quentes a cobrirem as copas, arbustos de diversos tamanhos e cores. Um sítio extremamente romântico para uma ocasião romântica.
O pai agarrou a mãe por detrás das costas, dando-lhe inúmeros beijos na cara, no pescoço…
- Já disse isto? – Perguntou.
- Isto, o quê? – Indagou a mãe com os seus olhos suavemente fechados.
- Que este é o dia mais feliz da minha vida?
A mãe virou-se para trás, abrindo os olhos lentamente enquanto dava uma meia volta, para ficar frente a frente com os olhos castanhos do pai.
Não foram precisas palavras para a mãe responder, apenas um longo e romântico beijo para se perceber que o amor entre eles era mais forte do que qualquer coisa.
Tá lindíssimo!
Adorei!
As imagens tavam especialmente perfeitas!
Amei!
Quero mais desta maravilhosa história! *-*
EU JA SABES QUE ADOREI!!!!!!
estas mensagns ate ficam sempre com letras maisculas lol mas é mesmo assim para demonstrar o quanto adorei meu caro!
SIM! AGORA JA PERCEBO O QUE ME DISSES-TE ONTEM MAS JA SABES .... ... CONTINUA por favor!
Adoreeei!
A Noiva esta mesmo muito bonita!
A Melody mais velha era muito bonita....
Parabéns!
Adorei!