Capítulo 44
Uma forte chuva começou a cair pelos extensos prados que circundavam aquele Orfanato. Eu estava no hall de entrada, a observar as crianças e as Educadoras a passarem por mim e a ignorarem-me por completo, como seu eu fosse invisível.
A vida naquele Orfanato era extremamente calma. Quase ninguém conversava uns com os outros, não havia música nem crianças a brincar. Apenas se conseguia ouvir o incansável som da loiça a ser lavada perfeitamente à mão pela cozinheira.
A decoração era igualmente sombria e deprimente. Nada de objectos infantis, nada que pudesse alegrar aquelas crianças como uma caixa de brinquedos, uma televisão… nada. Apenas uma espessa e vermelha alcatifa a percorrer o hall e a sala, onde se encontravam inúmeros sofás extremamente clássicos e envelhecidos. O hall estava ricamente decorado, com inúmeros quadros a repousar na parede, uma mesa de centro onde esta um lindo jarro de flores e uma lareira a crepitar incansavelmente.
E, interrompendo a minha corrente de pensamentos obscuros e sombrios sobre aquele Orfanato, um casal vestido a rigor, a mulher com o cabelo perfeitamente liso e com um vestido lindíssimo a cobrir-lhe aquele corpo elegante e o homem com um casaco meio aberto, através do qual se conseguia visualizar a sua vermelhíssima gravata listada, bateram à porta e uma senhora de carrapito visivelmente liso e detalhadamente trajada, a quem todas as pessoas que me ignoravam por completo chamavam: Miss Beatrice, abriu a porta com um sorriso de orelha a orelha a salientar-se na sua cara.
- Ainda bem que vieram, Senhores Mello… Entrem… fiquem à vontade! – Exclamou Miss Beatrice olhando em redor, verificando se estava tudo no sítio e perfeitamente arrumado. – Vamos subir… acompanhem-me.
Aquele casal não foi o único a seguir Miss Beatrice, pois eu também subi as infinitas escadas que davam acesso ao segundo andar. Quando subi o último lance de escadas, deparei-me com um enorme corredor coberto por uma espessa alcatifa vermelha, quadros aqui e ali onde repousavam retratos de antepassados, e aparadores em todas as paredes junto às inúmeras portas que davam acesso às dezenas de quartos dos órfãos.
Miss Beatrice abrandou o seu passo em frente a uma porta, com o seu olhar a fitar o homem e a mulher vestidos a rigor. Ajeitou o seu carrapito e disse num tom de voz reduzido:
- Confesso que fiquei muito impressionada com o vosso telefonema, Senhores Mello. A Sarah… bem, nunca foi uma escolha de adopção por parte dos casais que têm vindo aqui.
- Mas ela tem algum problema, Miss Beatrice? – Perguntou suavemente a mulher.
- Oh… não, não senhora Katie! – Apressou-se a responder Miss Beatrice. – Muito pelo contrário! A Sarah é capaz de ser a rapariga mais inteligente aqui do Orfanato! Só que, com a morte dos pais, ela ficou muito abalada e não fala com quase ninguém, a não ser o seu urso de peluche.
- Pois isso vai acabar hoje. – Vociferou o homem que, segundo Miss Beatrice, se chamava Jordan. – A partir de hoje, a menina Sarah vai ter uma nova vida! Vai passar a chamar-se, não apenas Sarah, mas… Sarah Mello. Vai-se tornar uma de nós!
Nesse preciso momento, comecei a sentir um formigueiro a trepar-me a barriga. Pensei para mim própria que não podia ser a… Sarah Mello que eu conheço. Não… não podia! Tecnicamente é impossível recuar no tempo! É impossível! Só nos filmes!
Miss Beatrice bateu lentamente à porta e abriu-a suave e gentilmente, pedindo ao casal para entrar no quarto, dentro do qual se encontrava a menina que tinha visto junto da Igreja.
O quarto era simples e pobremente decorado. Havia duas camas, uma perfeitamente lisa e arrumada e a outra com os seus lençóis arredados, dando a ideia de que aquela menina dormia sozinha, mas que anteriormente teve companhia.
Esta fixou os seus supostos novos pais com uma cara humilde e assustada.
- Olá, Sarah! – Disse com uma leve voz Katie agachando-se para visualizar a sua futura filha melhor. Já Jordan fitava-a com uma cara séria, pelo que fazia com que Sarah se encolhesse.
- Sarah, estes são os teus novos pais! A senhora Katie e o senhor Jordan Mello! – Disse Miss Beatrice com uma voz trémula e nervosa.
- Miss Beatrice… sem querer ser indelicada mas… eu e o meu marido desejávamos falar a sós com a Sarah.
- Claro, claro! Eu… eu espero lá fora.
E com isto, Miss Beatrice fechou a porta lentamente instalando-se um torturante silêncio naquele quarto.
Katie disparou um enorme sorriso para a menina, que se achava agarrada ao seu urso de peluche. Agachou-se pela segunda vez e começou a acariciar a sua bonita face.
- Sarah… - Sussurrou Katie olhando para Sarah e de seguida para o seu marido. – Nós somos os teus novos pais! Vais poder sair daqui e ter o teu próprio quarto, brinquedos novos…
- Eu quero os meus pais… - Disse Sarah com a sua voz fina e trémula.
- Nós somos os teus pais, querida! – Exclamou Jordan, agachando-se também. – Vais ter tudo o que sempre quiseste ter na vida! Um quarto só para ti, brinquedos novos! Tudo!
A menina manteve-se em silêncio, fazendo-se apenas ouvir a sua respiração lenta e amedrontada.
- Posso levar o Teddy? – Inquiriu Sarah.
O casal ficou com os olhos arregalados de incompreensão.
- Quem é o Teddy, querida? – Perguntou Katie não perdendo o seu tom de voz calma.
- O meu ursinho.
- Oh… mas tu vais ter brinquedos novos, querida!
- Mas eu quero o Teddy.
Katie e Jordan olharam um para o outro sem saber o que dizer.
- Sim… pode levá-lo! – Afirmou Jordan.
O casal levantou-se em simultâneo abrindo a porta do quarto, da qual Miss Beatrice deu um enorme salto, dando a ideia de que estivera a escutar a conversa.
- Queremos adopta-la Miss Beatrice! – Disse num tom calmo Jordan, Sarah atrás deles com o urso de peluche na mão e com os seus olhinhos arregalados.
- Com certeza! Sigam-me, por favor, Senhores Mello! – Exclamou Miss Beatrice dando passos acelerados pelo corredor, indo em direcção a uma estreita porta que dava acesso ao seu Escritório.
Antes de fechar a porta, consegui ouvir Miss Beatrice num tom de voz frenético e satisfeito.
- Ora, temos de assinar aqui uns papéis, e fazer as malas da Sarah…
A partir daí, a estreita porta fechou-se rapidamente, impedindo-me de ouvir o resto da conversa.
Estava aterrorizada, a calcorrear o extenso corredor, a tremelicar cada vez mais. Quando passei pela porta entreaberta do quarto da Sarah, consegui vê-la sentada na cama com uma moldura na mão.
Entrei lentamente no quarto, não me dando ao trabalho de esconder sabendo que não me viam, e consegui ver a fotografia de um homem e de uma mulher perfeitamente emoldurada.
- Quando é que vocês voltam?! – Sussurrou Sarah para a fotografia, as lágrimas a começarem a brotar para o vidro da moldura, embaciando-o suavemente.
Saí do Orfanato completamente confusa, desnorteada e perplexa. Não… não podia ser… Ou podia? Será que regressei ao passado? Será que diante dos meus olhos se erguem fantasmas que eu nunca, mas nunca esperei encarar?
A Sarah… a rapariga que todos conhecem pela fama, pela capacidade de impressionar e de eclipsar qualquer beleza que se ponha à sua frente, era órfã?
A vida naquele Orfanato era extremamente calma. Quase ninguém conversava uns com os outros, não havia música nem crianças a brincar. Apenas se conseguia ouvir o incansável som da loiça a ser lavada perfeitamente à mão pela cozinheira.
A decoração era igualmente sombria e deprimente. Nada de objectos infantis, nada que pudesse alegrar aquelas crianças como uma caixa de brinquedos, uma televisão… nada. Apenas uma espessa e vermelha alcatifa a percorrer o hall e a sala, onde se encontravam inúmeros sofás extremamente clássicos e envelhecidos. O hall estava ricamente decorado, com inúmeros quadros a repousar na parede, uma mesa de centro onde esta um lindo jarro de flores e uma lareira a crepitar incansavelmente.
E, interrompendo a minha corrente de pensamentos obscuros e sombrios sobre aquele Orfanato, um casal vestido a rigor, a mulher com o cabelo perfeitamente liso e com um vestido lindíssimo a cobrir-lhe aquele corpo elegante e o homem com um casaco meio aberto, através do qual se conseguia visualizar a sua vermelhíssima gravata listada, bateram à porta e uma senhora de carrapito visivelmente liso e detalhadamente trajada, a quem todas as pessoas que me ignoravam por completo chamavam: Miss Beatrice, abriu a porta com um sorriso de orelha a orelha a salientar-se na sua cara.
- Ainda bem que vieram, Senhores Mello… Entrem… fiquem à vontade! – Exclamou Miss Beatrice olhando em redor, verificando se estava tudo no sítio e perfeitamente arrumado. – Vamos subir… acompanhem-me.
Aquele casal não foi o único a seguir Miss Beatrice, pois eu também subi as infinitas escadas que davam acesso ao segundo andar. Quando subi o último lance de escadas, deparei-me com um enorme corredor coberto por uma espessa alcatifa vermelha, quadros aqui e ali onde repousavam retratos de antepassados, e aparadores em todas as paredes junto às inúmeras portas que davam acesso às dezenas de quartos dos órfãos.
Miss Beatrice abrandou o seu passo em frente a uma porta, com o seu olhar a fitar o homem e a mulher vestidos a rigor. Ajeitou o seu carrapito e disse num tom de voz reduzido:
- Confesso que fiquei muito impressionada com o vosso telefonema, Senhores Mello. A Sarah… bem, nunca foi uma escolha de adopção por parte dos casais que têm vindo aqui.
- Mas ela tem algum problema, Miss Beatrice? – Perguntou suavemente a mulher.
- Oh… não, não senhora Katie! – Apressou-se a responder Miss Beatrice. – Muito pelo contrário! A Sarah é capaz de ser a rapariga mais inteligente aqui do Orfanato! Só que, com a morte dos pais, ela ficou muito abalada e não fala com quase ninguém, a não ser o seu urso de peluche.
- Pois isso vai acabar hoje. – Vociferou o homem que, segundo Miss Beatrice, se chamava Jordan. – A partir de hoje, a menina Sarah vai ter uma nova vida! Vai passar a chamar-se, não apenas Sarah, mas… Sarah Mello. Vai-se tornar uma de nós!
Nesse preciso momento, comecei a sentir um formigueiro a trepar-me a barriga. Pensei para mim própria que não podia ser a… Sarah Mello que eu conheço. Não… não podia! Tecnicamente é impossível recuar no tempo! É impossível! Só nos filmes!
Miss Beatrice bateu lentamente à porta e abriu-a suave e gentilmente, pedindo ao casal para entrar no quarto, dentro do qual se encontrava a menina que tinha visto junto da Igreja.
O quarto era simples e pobremente decorado. Havia duas camas, uma perfeitamente lisa e arrumada e a outra com os seus lençóis arredados, dando a ideia de que aquela menina dormia sozinha, mas que anteriormente teve companhia.
Esta fixou os seus supostos novos pais com uma cara humilde e assustada.
- Olá, Sarah! – Disse com uma leve voz Katie agachando-se para visualizar a sua futura filha melhor. Já Jordan fitava-a com uma cara séria, pelo que fazia com que Sarah se encolhesse.
- Sarah, estes são os teus novos pais! A senhora Katie e o senhor Jordan Mello! – Disse Miss Beatrice com uma voz trémula e nervosa.
- Miss Beatrice… sem querer ser indelicada mas… eu e o meu marido desejávamos falar a sós com a Sarah.
- Claro, claro! Eu… eu espero lá fora.
E com isto, Miss Beatrice fechou a porta lentamente instalando-se um torturante silêncio naquele quarto.
Katie disparou um enorme sorriso para a menina, que se achava agarrada ao seu urso de peluche. Agachou-se pela segunda vez e começou a acariciar a sua bonita face.
- Sarah… - Sussurrou Katie olhando para Sarah e de seguida para o seu marido. – Nós somos os teus novos pais! Vais poder sair daqui e ter o teu próprio quarto, brinquedos novos…
- Eu quero os meus pais… - Disse Sarah com a sua voz fina e trémula.
- Nós somos os teus pais, querida! – Exclamou Jordan, agachando-se também. – Vais ter tudo o que sempre quiseste ter na vida! Um quarto só para ti, brinquedos novos! Tudo!
A menina manteve-se em silêncio, fazendo-se apenas ouvir a sua respiração lenta e amedrontada.
- Posso levar o Teddy? – Inquiriu Sarah.
O casal ficou com os olhos arregalados de incompreensão.
- Quem é o Teddy, querida? – Perguntou Katie não perdendo o seu tom de voz calma.
- O meu ursinho.
- Oh… mas tu vais ter brinquedos novos, querida!
- Mas eu quero o Teddy.
Katie e Jordan olharam um para o outro sem saber o que dizer.
- Sim… pode levá-lo! – Afirmou Jordan.
O casal levantou-se em simultâneo abrindo a porta do quarto, da qual Miss Beatrice deu um enorme salto, dando a ideia de que estivera a escutar a conversa.
- Queremos adopta-la Miss Beatrice! – Disse num tom calmo Jordan, Sarah atrás deles com o urso de peluche na mão e com os seus olhinhos arregalados.
- Com certeza! Sigam-me, por favor, Senhores Mello! – Exclamou Miss Beatrice dando passos acelerados pelo corredor, indo em direcção a uma estreita porta que dava acesso ao seu Escritório.
Antes de fechar a porta, consegui ouvir Miss Beatrice num tom de voz frenético e satisfeito.
- Ora, temos de assinar aqui uns papéis, e fazer as malas da Sarah…
A partir daí, a estreita porta fechou-se rapidamente, impedindo-me de ouvir o resto da conversa.
Estava aterrorizada, a calcorrear o extenso corredor, a tremelicar cada vez mais. Quando passei pela porta entreaberta do quarto da Sarah, consegui vê-la sentada na cama com uma moldura na mão.
Entrei lentamente no quarto, não me dando ao trabalho de esconder sabendo que não me viam, e consegui ver a fotografia de um homem e de uma mulher perfeitamente emoldurada.
- Quando é que vocês voltam?! – Sussurrou Sarah para a fotografia, as lágrimas a começarem a brotar para o vidro da moldura, embaciando-o suavemente.
Saí do Orfanato completamente confusa, desnorteada e perplexa. Não… não podia ser… Ou podia? Será que regressei ao passado? Será que diante dos meus olhos se erguem fantasmas que eu nunca, mas nunca esperei encarar?
A Sarah… a rapariga que todos conhecem pela fama, pela capacidade de impressionar e de eclipsar qualquer beleza que se ponha à sua frente, era órfã?
HAA!
MEU DEUS!
Que... huh... e... nem sei que hei de dizer!
Tu e as tuas revelações sensacionais!
Quero mais, tá lindíssimo, perfeito!
Ohhh....
Coitada da Sarah....
Gostei muito!
Parabéns !
Como sempre adorei!
e eu tenho um Teddy! o urso é super engraçado mesmo! hahaha tenho - o desde piqueno!!
PARABENS E ESPERO PARA VER O QUE IRA ELA DESCUBRIR MAIS!