Capítulo 46
Mergulhei no poço sentindo um torturante nó no estômago e uma espécie de choque eléctrico a percorrer-me as costas. Mal entrei naquelas águas cristalinas, mas lamacentas, comecei logo a sentir aquele inevitável frio a percorrer-me o corpo todo como se estivesse dentro de um congelador. A tentar abrir os olhos a todo o custo, consegui avistar o remoinho das minúsculas bolhas de água a aproximar-se cada vez mais de mim. Rodeou-me o corpo, fazendo-me rodopiar incansavelmente, fazendo o meu corpo contrair-se e encolher-se pela previsão do que ia acontecer, pois sabia que não era a primeira vez que mergulhava naquele poço. O remoinho fez-me levitar naquelas águas imóveis, levando-me à superfície.
Empoleirei-me no parapeito de pedra áspera e escura, e, juntamente com uma forte tosse e a sensação de que tinha engolido uma tonelada água pelo nariz, saí do poço. Olhei para cima e a porta da saída daquele alçapão achava-se entreaberta, deixando penetrar alguns raios de Sol. Subi as escadas num passo acelerado, com o coração lotado de esperança e ao mesmo tempo de medo. Na verdade, o medo prevaleceu acompanhado de uma forte e visível petrificação do meu corpo.
Estava tudo igual, nada mudara quando mergulhara naquele poço. A única coisa que se encontrava diferente, era a campa de Susan Bagshot que já se encontrava coberta de terra húmida e recentemente posta, e diante dela encontrava-se o coveiro que já derramava lágrimas acompanhado do seu amigo vestido a rigor.
O meu coração quase me saltava do peito, e o desespero, outrora atenuado e quase imperceptível, finalmente trepou pelo meu coração proporcionando-me uma profunda tristeza. Não havia maneira de sair daquele mundo, daquela reviravolta no tempo.
Andei pelos carreiros de pedra cinzenta que serpenteavam o cemitério e saí das vedações do mesmo. Olhei em frente, e os bosques encontravam-se nitidamente densos e verdejantes, as casas envelhecidas e os prados a ladear toda aquela área.
As lágrimas começaram a escorregar-me pela cara em abundância. Tudo me parecia impossível de fazer, tudo me parecia sombrio e nostálgico… tudo me parecia… um buraco negro no qual eu entrava progressivamente não vendo um único rasgo de luz no seu fundo.
Sentei-me no chão, encostando-me a uma face de uma parede da igreja. Encolhi-me, apoiando a cabeça por entre os joelhos. Fechei os olhos, ainda com as lágrimas a brotarem dos mesmos, e tentei esquecer que estava num mundo completamente diferente do meu onde em todo o lado se erguiam sombras e lugares aterradores. Do qual eu não tinha saída. Consegui ouvir os melódicos cânticos dos pássaros que repousavam nas verdejantes árvores que flutuavam com o vento que se fazia sentir naquele momento.
Lembrei-me das frases em latim meticulosamente gravadas no parapeito do poço, do qual se destacava: Incidit in flammam cupiens vitare favillas (Saltar das brasas e cair nas labaredas). Repetia-as em voz baixa inúmeras vezes, tentando descobrir o significado daquelas palavras. Alguma pista, alguma maneira de me ajudar a sair dali. Mas invés disso, o vento começou a soprar cada vez mais fortemente provocando a debandada de vários pássaros que repousavam nas árvores, levantando voo a grasnar, subindo em espiral contra aquele céu nacarado.
Levantei-me, com os cabelos a esvoaçar, tapando-me a visão. Olhei em redor, e tudo se desfez em sombras, desvanecendo-se no meio do vazio. O vento não parava de soprar, e um enorme remoinho, semelhante a um tornado, cercou-me o corpo, que estremecia anormalmente.
Fechei os olhos com todas as minhas forças, evitando aquele vento que soprava incansavelmente embatendo na minha face. De súbito, senti o meu corpo cair, obrigando o meu coração a ser envolvido por uma enorme e forte ânsia. De resto, só me lembro da forte e dolorosa pancada que senti quando caí num chão, aparentemente, de madeira e a ser tentada a fechar os olhos e a adormecer.
Passados incertos momentos, acordei, deitada no chão de madeira macia e envernizada. Levantei-me lentamente, ainda não conseguindo abrir completamente os olhos. Pus-me custosamente de pé e olhei em redor.
Estava no hall de entrada de uma casa acolhedora e ricamente decorada. O hall era grande e amplo, com um aparador de madeira escura numa parede com uma pintura bastante clássica, na qual repousava um quadro antiquíssimo, pelos vistos. Do lado oposto, encontrava-se uma pequena mesa, na qual se encontrava um antiquado telefone. Na parede, onde essa mesa de achava encostada, empoleirava-se um espelho emoldurado de madeira envolta por uma espessa camada de talha dourada. O chão chiava com os meus passos, à medida que me ia deslocando em direcção a uma larga porta de madeira. Estava com a minha mão a escassos milímetros de distância da maçaneta de cobre, quando um intenso e sonoro trovão me fez dar um repentino salto, em reacção ao enorme susto que apanhei. A luz do trovão interceptava o vidro da porta da entrada, iluminando, assustadoramente, todo aquele hall com uma florescente e branca luz.
Rodei calmamente a maçaneta de cobre enferrujado da porta de madeira, que dava acesso a mais um corredor com diversas portas. O silêncio predominava naquela casa, parecendo abandonada. A escuridão ia-se intensificando à medida que me aproximava do fundo do corredor, fazendo o meu coração bater extremamente depressa, como fora de costume naquelas últimas horas.
Olhei para o tecto, e as lâmpadas dos candeeiros lá pendurados piscavam inúmeras vezes dando ideia de fundição.
Andei trémulos a amedrontados passos pelo recto corredor olhando para todas as portas na esperança de ouvir alguém. Mas não se ouvia nada, apenas os roídos das lâmpadas fundidas dos candeeiros do corredor.
Comecei a ficar assustada, e com receio de estar naquela casa sinistra e preparei-me para sair daquele corredor, para depois sair definitivamente da casa. Mas rapidamente virei-me para trás, quando já estava a abrir da porta da saída do corredor. Ouvi vozes, que interagiam umas com as outras. Uma delas, era de uma criança, outra, muito leve e doce, era de uma mulher. As vozes vinham do extremo do corredor, por detrás da última porta.
Empoleirei-me no parapeito de pedra áspera e escura, e, juntamente com uma forte tosse e a sensação de que tinha engolido uma tonelada água pelo nariz, saí do poço. Olhei para cima e a porta da saída daquele alçapão achava-se entreaberta, deixando penetrar alguns raios de Sol. Subi as escadas num passo acelerado, com o coração lotado de esperança e ao mesmo tempo de medo. Na verdade, o medo prevaleceu acompanhado de uma forte e visível petrificação do meu corpo.
Estava tudo igual, nada mudara quando mergulhara naquele poço. A única coisa que se encontrava diferente, era a campa de Susan Bagshot que já se encontrava coberta de terra húmida e recentemente posta, e diante dela encontrava-se o coveiro que já derramava lágrimas acompanhado do seu amigo vestido a rigor.
O meu coração quase me saltava do peito, e o desespero, outrora atenuado e quase imperceptível, finalmente trepou pelo meu coração proporcionando-me uma profunda tristeza. Não havia maneira de sair daquele mundo, daquela reviravolta no tempo.
Andei pelos carreiros de pedra cinzenta que serpenteavam o cemitério e saí das vedações do mesmo. Olhei em frente, e os bosques encontravam-se nitidamente densos e verdejantes, as casas envelhecidas e os prados a ladear toda aquela área.
As lágrimas começaram a escorregar-me pela cara em abundância. Tudo me parecia impossível de fazer, tudo me parecia sombrio e nostálgico… tudo me parecia… um buraco negro no qual eu entrava progressivamente não vendo um único rasgo de luz no seu fundo.
Sentei-me no chão, encostando-me a uma face de uma parede da igreja. Encolhi-me, apoiando a cabeça por entre os joelhos. Fechei os olhos, ainda com as lágrimas a brotarem dos mesmos, e tentei esquecer que estava num mundo completamente diferente do meu onde em todo o lado se erguiam sombras e lugares aterradores. Do qual eu não tinha saída. Consegui ouvir os melódicos cânticos dos pássaros que repousavam nas verdejantes árvores que flutuavam com o vento que se fazia sentir naquele momento.
Lembrei-me das frases em latim meticulosamente gravadas no parapeito do poço, do qual se destacava: Incidit in flammam cupiens vitare favillas (Saltar das brasas e cair nas labaredas). Repetia-as em voz baixa inúmeras vezes, tentando descobrir o significado daquelas palavras. Alguma pista, alguma maneira de me ajudar a sair dali. Mas invés disso, o vento começou a soprar cada vez mais fortemente provocando a debandada de vários pássaros que repousavam nas árvores, levantando voo a grasnar, subindo em espiral contra aquele céu nacarado.
Levantei-me, com os cabelos a esvoaçar, tapando-me a visão. Olhei em redor, e tudo se desfez em sombras, desvanecendo-se no meio do vazio. O vento não parava de soprar, e um enorme remoinho, semelhante a um tornado, cercou-me o corpo, que estremecia anormalmente.
Fechei os olhos com todas as minhas forças, evitando aquele vento que soprava incansavelmente embatendo na minha face. De súbito, senti o meu corpo cair, obrigando o meu coração a ser envolvido por uma enorme e forte ânsia. De resto, só me lembro da forte e dolorosa pancada que senti quando caí num chão, aparentemente, de madeira e a ser tentada a fechar os olhos e a adormecer.
Passados incertos momentos, acordei, deitada no chão de madeira macia e envernizada. Levantei-me lentamente, ainda não conseguindo abrir completamente os olhos. Pus-me custosamente de pé e olhei em redor.
Estava no hall de entrada de uma casa acolhedora e ricamente decorada. O hall era grande e amplo, com um aparador de madeira escura numa parede com uma pintura bastante clássica, na qual repousava um quadro antiquíssimo, pelos vistos. Do lado oposto, encontrava-se uma pequena mesa, na qual se encontrava um antiquado telefone. Na parede, onde essa mesa de achava encostada, empoleirava-se um espelho emoldurado de madeira envolta por uma espessa camada de talha dourada. O chão chiava com os meus passos, à medida que me ia deslocando em direcção a uma larga porta de madeira. Estava com a minha mão a escassos milímetros de distância da maçaneta de cobre, quando um intenso e sonoro trovão me fez dar um repentino salto, em reacção ao enorme susto que apanhei. A luz do trovão interceptava o vidro da porta da entrada, iluminando, assustadoramente, todo aquele hall com uma florescente e branca luz.
Rodei calmamente a maçaneta de cobre enferrujado da porta de madeira, que dava acesso a mais um corredor com diversas portas. O silêncio predominava naquela casa, parecendo abandonada. A escuridão ia-se intensificando à medida que me aproximava do fundo do corredor, fazendo o meu coração bater extremamente depressa, como fora de costume naquelas últimas horas.
Olhei para o tecto, e as lâmpadas dos candeeiros lá pendurados piscavam inúmeras vezes dando ideia de fundição.
Andei trémulos a amedrontados passos pelo recto corredor olhando para todas as portas na esperança de ouvir alguém. Mas não se ouvia nada, apenas os roídos das lâmpadas fundidas dos candeeiros do corredor.
Comecei a ficar assustada, e com receio de estar naquela casa sinistra e preparei-me para sair daquele corredor, para depois sair definitivamente da casa. Mas rapidamente virei-me para trás, quando já estava a abrir da porta da saída do corredor. Ouvi vozes, que interagiam umas com as outras. Uma delas, era de uma criança, outra, muito leve e doce, era de uma mulher. As vozes vinham do extremo do corredor, por detrás da última porta.
ADOREI COMO SEMPRE! Mas tu ralhas sempre comigo por acabar assim os capitulos ams tu fazes o messsssssmo. Pelo menos ás vezes lol!
ADOREI COMO SEMPRE!
BILIÕES DE OSCARES PARA TI E BOA SORTE PARA TI E PARA ELA, bem precisa!
Bom trabalho!
Lindo! Perfeito! Maravilhoso! Meu Deus! Que Lindo!
ADOREI MESMO!
Estou tão curioso para saber quem é que está por detrás da porta...*.* OMG!
A sério! *começa a roer as unhas e andar de um lado para o outro*
Simplesmente lindo!
Espero pelo próximo!
Adorei!
Que suspançe =D
De quem será as vozes?
Fico a espera =D
Gostei muito
Parabéns !